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O Ato da Compadecida 2

 Era uma manhã ensolarada quando João Grilo e Chico, amigos de longa data, se encontraram à beira do açude. O sol refletia nas águas tranquilas, e a paisagem era de tirar o fôlego. Mas uma reviravolta inesperada estava prestes a acontecer.


PRIMEIRO ATO




— Olha, João — disse Chico, coçando a cabeça, — aquele homem ali tá arrebentando a porteira do açude! O que será que ele tá aprontando?


João Grilo, com seu jeito astuto, observou a cena com um sorriso no rosto.


— Ah, Chico, isso é uma oportunidade! Se ele deixar a água sair, nós podemos vender essa água!


Chico franziu a testa.


— Vender água? Mas água é de graça, meu amigo! O povo não vai pagar por isso!


— É aí que você se engana, meu caro! Se a água acabar, a gente vai ser os únicos a ter! O povo vai correr atrás da gente!


E assim, com a ideia fervilhando na cabeça, João Grilo e Chico se armaram de baldes e começaram a coletar a água que escorria do açude. Com um cartaz improvisado que dizia "Água do Açude: R$ 1,00 o balde!", eles se posicionaram à beira da estrada.


Logo, a notícia se espalhou pela cidade. Primeiro, veio um vizinho curioso.


— Que história é essa de água do açude, João? — perguntou o homem, olhando desconfiado.


— É água pura, meu amigo! Melhor que qualquer outra! — respondeu João, piscando o olho.


— E como tá o gosto? — questionou o vizinho.


— O gosto? Ah, é como um banho de chuva! — exclamou Chico, rindo.


E assim, mais pessoas começaram a parar para comprar água. Ao longo da semana, a fila aumentava, e a dupla se divertia contando histórias e fazendo piadas para entreter os clientes.


— Olha só, João! — disse Chico, olhando a multidão. — Estamos ricos!


— Ricos em água, meu amigo! — respondeu João, gargalhando. — E quem diria que essa água ia trazer tanta gente?


A cada balde vendido, eles trocavam olhares cúmplices, sabendo que haviam encontrado uma maneira inusitada de lucrar. E a fama da água do açude não parava de crescer.


— Dizem que a água é até milagrosa! — comentou uma mulher que acabara de comprar.


— É, e quem beber dela vai ter sorte no amor! — brincou Chico, fazendo todos rirem.



SEGUNDO ATO


Na pacata rua de um pequeno vilarejo, onde os dias se arrastavam com a calma típica do interior, viviam João Grilo e Chico, sempre prontos para se meter em novas confusões. Mas, naquela manhã ensolarada, a conversa que ecoava entre eles estava mais agitada que o normal.


— Olha só, Chico! — começou João, apontando para a casa em frente. — O marido da Dona Maria e da Dona Ana tá dando o mesmo presente de novo!


Chico, que sempre tinha um jeito divertido de ver as coisas, riu.


— E não é que ele trouxe outro vestido igual para as duas? Como se não soubesse que elas vão se estranhar de novo na igreja!


— É isso que dá! — João exclamou, balançando a cabeça. — Sempre com essa rivalidade entre elas! E os meninos, então? Os dois se chamam Joãozinho e estão sempre se metendo em confusão!


Naquele domingo, a igreja estava cheia. As duas mulheres, cada uma com seu vestido novo e idêntico, se sentaram em lados opostos do templo. A tensão no ar era palpável.


— Olha lá, João! — sussurrou Chico, observando as duas. — Aposto que elas estão fazendo competição até na missa!


— E o marido? — riu João — Deve estar se perguntando como vai dormir essa noite!


Enquanto o padre começava a missa, a primeira leitura trouxe um pouco de alívio, mas logo as duas começaram a sussurrar entre si, trocando olhares cortantes.


— Olha o que você fez, João Grilo! — disse Chico, com um sorriso travesso. — Se você não tivesse sugerido aquele vestido igual, a briga não estaria tão feia!


— Eu só queria que elas ficassem bonitas! — João respondeu, dando de ombros. — Mas agora é melhor a gente fazer alguma coisa.


Após a missa, as duas mulheres se encontraram na saída da igreja, e o clima esquentou.


— Você sempre quer ser melhor que eu, Maria! — gritou Ana, com raiva.


— Eu? Você que não consegue ver que meu Joãozinho é mais esperto que o seu! — respondeu Maria, com a mesma intensidade.


João Grilo e Chico, percebendo a situação, decidiram intervir.


— Calma, moças! — gritou João, levantando as mãos. — Vocês são irmãs de coração, não precisam brigar!


— É isso mesmo! — acrescentou Chico. — E os meninos? Eles são amigos! Devem crescer juntos, e não como rivais!


As mulheres olharam para os filhos, que brincavam despreocupados, rindo e se divertindo. A tensão começou a se dissipar, mas logo uma nova discussão começou.


— E você, seu marido, sempre dorme com a mesma mulher? — perguntou Ana, com um olhar acusador.


— Ah, não me venha com isso! Ele sempre vem para mim! — Maria retrucou, cruzando os braços.


João Grilo não pôde deixar de rir da situação.


— Olha, o que importa é que o amor existe, mesmo que seja dividido! — disse ele, piscando para Chico. — E quem sabe um dia, esse homem aprenda a dar presentes diferentes!


As mulheres, agora rindo da situação, se uniram para dar um abraço no marido, que assistia tudo perplexo. A rivalidade parecia se dissipar, e um clima de camaradagem começava a surgir.


— É, meus amigos — comentou Chico, enquanto observava a cena — às vezes, um pouco de confusão é o que a vida precisa para nos lembrar do que realmente importa.


E assim, com risadas e abraços, a paz foi restaurada na rua, e João Grilo e Chico seguiram em frente, prontos para a próxima confusão que a vida lhes reservava.


Terceiro ato 



Em Taperoa, uma cidade pequena mas cheia de histórias, o prefeito se tornara famoso por suas manobras pouco convencionais. Ele sabia como agradar os poderosos, e sua tática era simples: sua mulher, Dona Rosa, estava sempre à disposição dos colegas vereadores, eleitores e até do governador. Em troca, ele conseguia votos, carros novos e os tão desejados elogios.


João Grilo e Chico, sempre observadores e astutos, estavam atentos a tudo. Não demorou muito para que eles decidissem se aproveitar da situação.


— Olha só, Chico! — disse João, com um brilho nos olhos. — O prefeito tá mais enrolado que novelo de lã! E se a gente fizer alguma coisa para ganhar uns trocados?


Chico, com seu jeito malandro, respondeu:


— Eu tô dentro! Vamos bolar um plano que faça essa história parecer uma novela!


Naquele dia, a cidade estava em polvorosa. A filha do governador, a donzela Isabela, estava prestes a visitar Taperoa. O prefeito, ansioso para impressioná-la, decidiu fazer uma recepção grandiosa. As ruas foram enfeitadas e os habitantes se mobilizaram para mostrar o melhor da cidade.


— João, você sabe como a Isabela é vaidosa, não é? — comentou Chico, enquanto observavam a movimentação. — Se a gente conseguir fazer ela notar a gente, podemos tirar proveito disso.


— E se a gente fizer uma apresentação? Um teatro, quem sabe? — sugeriu João, já se empolgando com a ideia.


Assim, os dois amigos correram para reunir os moradores. Com a ajuda de alguns artistas locais, criaram uma peça que satirizava a situação do prefeito e sua mulher, mas com um toque de humor que a tornava divertida.


No dia da visita, a praça estava lotada. O prefeito, todo sorridente, apresentou a Isabela a cidade e a todos os seus "conhecidos". Quando chegou o momento da apresentação, João Grilo e Chico estavam prontos.


— Senhoras e senhores! — anunciou João, usando um chapéu engraçado. — Apresentamos “O Casamento do Prefeito”!


A peça começou, e a história contava como o prefeito oferecia sua mulher em troca de favores. O público ria, e a donzela Isabela, que estava na primeira fila, não conseguia conter as gargalhadas.


— Olha só, Chico! — sussurrou João, enquanto observava a reação da donzela. — Ela tá adorando!


— E não é que o plano tá dando certo? — respondeu Chico, piscando o olho.


O prefeito, percebendo que estava sendo alvo de risadas, ficou cada vez mais vermelho, mas não teve coragem de interromper a apresentação. Afinal, era um evento que estava atraindo a atenção de todos, e ele pensou que, no fundo, poderia até ganhar alguns pontos com a filha do governador.


Ao final da peça, a plaquinha de “aplausos” foi levantada, e o público aplaudiu de pé. Isabela, entre risos, se levantou e foi até João e Chico.


— Parabéns! — disse ela, ainda sorrindo. — Foi a melhor apresentação que já vi! Vocês realmente têm talento!


Os dois, surpresos e satisfeitos, trocaram olhares cúmplices.


— Obrigado, donzela! — disse João, fazendo uma reverência. — Nós só queríamos mostrar a verdade sobre nossa cidade!


Chico, com seu jeito irreverente, completou:


— E quem sabe, se o prefeito não se comportar, a gente faz mais uma peça, não é mesmo?


Isabela riu, e o prefeito, vendo a cena, percebeu que sua estratégia poderia ter se voltado contra ele. Mas, ao invés de se irritar, decidiu rir também, afinal, até o governador estava vindo e poderia ver a situação de forma mais leve.


E assim, em Taperoa, a peça se tornou um marco, e João Grilo e Chico saíram mais uma vez vitoriosos, levando consigo a certeza de que, com um pouco de humor e astúcia, até as maiores confusões poderiam se transformar em boas risadas.

Em Taperoa, a pequena cidade onde os rumores corriam mais rápido que o vento, o prefeito era conhecido por suas manobras nada convencionais. Ele tinha uma habilidade peculiar: sua esposa, Dona Rosa, estava sempre disposta a agradar os colegas vereadores, eleitores e até o governador em troca de favores. Votos, cargos e elogios eram suas recompensas, e a cidade inteira já estava acostumada com essa troca de gentilezas.


João Grilo e Chico, sempre atentos ao que acontecia à sua volta, não podiam deixar passar uma oportunidade. Naquela manhã, souberam que a filha do governador, a linda Isabela, estava prestes a visitar a cidade, e logo uma ideia malandra começou a brotar na mente de João.


— Olha, Chico! — disse João, esfregando as mãos. — Essa é a nossa chance! Precisamos mostrar a Isabela a verdadeira Taperoa!


Chico, com seu jeito irreverente, respondeu:


— E como fazemos isso? Mandando a Dona Rosa fazer um desfile no meio da praça?


— Não, não! — João riu. — Vamos fazer algo mais inteligente. Vamos armar um teatro! Um espetáculo que mostre o que realmente acontece aqui!


Os dois correram para reunir os moradores e organizar a apresentação. A ideia era fazer uma sátira sobre o prefeito e suas trocas de favores, algo que fizesse todo mundo rir e, quem sabe, deixasse a donzela Isabela impressionada.


No dia da visita, a praça estava cheia de gente, ansiosa para ver a filha do governador e sua apresentação. O prefeito, com um sorriso de orelha a orelha, tentava mostrar seu melhor lado, enquanto Dona Rosa se preparava para o espetáculo.


Quando a peça começou, João Grilo entrou em cena vestido de prefeito, com um paletó exagerado e uma gravata ridícula.


— Senhoras e senhores! — anunciou ele, com uma voz pomposa. — Hoje, vou mostrar como se faz política em Taperoa!


O público caiu na risada. Chico, vestido de vereador, entrou em seguida, segurando um buquê de flores.


— Olá, meu querido prefeito! — exclamou Chico, dramatizando. — Estou aqui para pedir um favor!


— E o que você quer, meu amigo? — respondeu João, com um sorriso malandro.


— Quero um cargo! Pode ser de qualquer coisa, desde que eu tenha um título bonito! — Chico fez uma pose exagerada.


E assim, a peça seguia, com os dois amigos fazendo piadas sobre os favores trocados, enquanto a plateia se divertia. Isabela, que estava na primeira fila, não conseguia parar de rir.


— Essa cidade é cheia de histórias, não é mesmo? — comentou ela, entre risadas.


— Ah, você não viu nada ainda! — disse João, olhando para Chico. — Espera até a parte em que o prefeito oferece a mulher para ganhar votos!


E, no clímax da apresentação, João fez uma dramatização da cena em que o prefeito oferecia Dona Rosa a um vereador em troca de um voto.


— Mas, prefeito! — exclamou Chico, em seu papel de vereador. — E se eu quiser um carro novo também?


A plateia explodiu em risadas, e Isabela, encantada, aplaudiu de pé.


Ao final da apresentação, o prefeito, que assistia tudo de longe, percebeu que a situação estava sendo tirada de sarro, mas, ao invés de ficar bravo, ele começou a rir também. Afinal, a visita da filha do governador estava sendo um sucesso.


— Muito bem, muito bem! — gritou o prefeito, se aproximando. — Vocês realmente sabem como entreter o povo!


Isabela, ainda sorrindo, virou-se para João e Chico.


— Eu adorei! Essa cidade é cheia de surpresas! — disse ela. — E você, prefeito, precisa aprender a ser mais como eles!


O prefeito assentiu, percebendo que, talvez, um pouco de humor e leveza não fizesse mal a ninguém. E assim, em Taperoa, a visita da donzela se tornou um marco, e João Grilo e Chico mais uma vez saíram vitoriosos, provando que com um pouco de astúcia, até as maiores confusões poderiam se transformar em boas risadas.

 QUARTO ATO 


Na pequena cidade de São Bartolomeu, onde a vida seguia em um ritmo tranquilo, um blogueiro local chamado Zé Lira se tornara uma celebridade. Ele tinha um canal no YouTube onde fazia vídeos sobre tudo que acontecia no mercadinho, nas lojas de roupas e até nas feiras da cidade. Seu lema era “Mostrando o que há de melhor em São Bartolomeu!”, mas o que ele realmente gostava mesmo era de pegar todo o dinheiro que ganhava com os vídeos e se embriagar na famosa bar Maria do Carmo.


João Grilo, sempre atento às oportunidades, decidiu que era hora de aproveitar a situação. Ele se reuniu com Chico, seu parceiro de travessuras, para bolar um plano.


— Olha, Chico! — disse João, com um sorriso malandro. — O Zé Lira tá fazendo um sucesso danado, mas só pensa em cachaça! Vamos fazer ele trabalhar mais e levar todo o dinheiro dele!


Chico, rindo, respondeu:


— E como a gente vai fazer isso, João? Ele já tá trabalhando pra beber!


— Siga o meu plano! — exclamou João. — Vamos convencê-lo a fazer um mega vídeo de promoção para o mercadinho do Seu Pedro, e enquanto ele grava, a gente toma conta do dinheiro!


E assim, os dois foram até Zé Lira, que estava em um bar, já com o copo em mãos.


— Oi, Zé! — chamou João, com um sorriso forçado. — Que tal fazer um vídeo incrível pro mercadinho do Seu Pedro? Ele vai te pagar muito bem!


Zé, com os olhos brilhando e já um pouco embriagado, respondeu:


— Ué, por que não? Dinheiro é dinheiro! E depois eu vou pra Maria do Carmo!


Chico e João se entreolharam, contendo as risadas.


— Isso mesmo! E você pode fazer um desafio: quem comprar mais coisas no mercadinho ganha uma cesta cheia de produtos! — sugeriu Chico, tentando deixar Zé ainda mais animado.


— Eu adoro desafios! — Zé exclamou, levantando o copo. — Vamos nessa, meus amigos!


Assim que chegaram ao mercadinho, Zé começou a gravar, enquanto João e Chico se encarregavam de ficar de olho nas compras. O blogueiro começou a fazer seu show, anunciando promoções e mostrando os produtos.


— Olha só, pessoal! — Zé falava para a câmera. — Aqui no mercadinho do Seu Pedro, temos ofertas imperdíveis! E quem comprar mais leva uma cesta cheia de delícias!


Enquanto Zé gravava, João e Chico rapidamente começaram a pegar todo o dinheiro que as pessoas estavam usando para comprar. O clima estava animado, e Zé não percebia nada, tão concentrado estava em seu vídeo.


Depois de algumas horas, com o mercadinho cheio e as pessoas se divertindo, Zé decidiu que era hora de comemorar.


— E agora, amigos! — anunciou ele, animado. — Vamos para a Maria do Carmo beber uma cachaça e celebrar o sucesso!


João e Chico se entreolharam e concordaram.


— Claro, Zé! Mas primeiro, você precisa contar quanto dinheiro você conseguiu! — disse João, com um olhar esperto.


Zé, já meio tonto, começou a contar os trocados que tinha arrecadado e logo percebeu que o montante era bem menor do que esperava.


— Ué, cadê o resto? — ele perguntou, confuso.


— Deve ser o custo do mercadinho! — respondeu Chico, tentando conter o riso. — Você sabe como é, despesas e tal...


— Ah, tudo bem, é só cachaça que importa! — Zé exclamou, levantando o copo novamente.


Os três seguiram para a Maria do Carmo, onde Zé rapidamente esqueceu de tudo e começou a pedir mais e mais cachaça. Enquanto isso, João e Chico se divertiam às custas dele, rindo da situação.


— Olha, João! — disse Chico, enquanto observava Zé se embriagar. — Ele vai acordar amanhã sem saber de nada!


— E sem dinheiro também! — completou João, gargalhando.


E assim, enquanto Zé Lira se divertia e deixava que suas finanças escorressem entre os dedos, João Grilo e Chico saíram do bar com os bolsos cheios, prontos para a próxima aventura, sempre à espreita de novas oportunidades para se divertir e ganhar algum trocado à custa da ingenuidade do blogueiro.


Na pequena cidade de Taperoa, onde as notícias corriam tão rápido quanto a brisa da tarde, João Grilo e Chico estavam à procura de um novo jeito de ganhar a vida. Depois de muitas aventuras e peripécias, eles conseguiram um emprego na rádio local, a “Rádio Taperoa FM”. A única regra era clara: tudo que falassem tinha que ser elogioso, especialmente em relação ao prefeito.


— Olha só, Chico! — disse João, animado, enquanto observavam a antena da rádio do lado de fora. — Agora somos radialistas! Vamos fazer a voz da cidade!


Chico, sempre com seu jeito brincalhão, respondeu:


— E a voz da cidade deve ser bem docinha, porque se não, o prefeito nos corta o microfone! 


Os dois entraram no estúdio, e logo foram apresentados ao chefe, seu Zé das Couves, um homem robusto que tinha um bigode tão grande que parecia ter vida própria.


— Bem-vindos, meninos! — disse seu Zé, com um sorriso que mostrava um dente torto. — Lembrem-se, aqui só falamos bem do prefeito! Se o buraco na rua estiver lá, elogiamos a “charmosa decoração urbana”!


João e Chico trocaram olhares, sabendo que a tarefa não seria fácil.


— Claro, seu Zé! — respondeu João, tentando conter a risada. — A gente vai fazer isso com prazer!


No primeiro dia de trabalho, eles sentaram-se diante dos microfones e começaram a transmitir.


— Bom dia, Taperoa! — começou João, com uma voz de locutor. — Aqui é João Grilo, e ao meu lado está o grande Chico!


— E hoje vamos falar sobre as belezas da nossa cidade! — acrescentou Chico, com um tom exagerado. — Vamos começar, claro, pelo nosso querido prefeito!


— Isso mesmo! — disse João, piscando para Chico. — Ele é o melhor prefeito que Taperoa já teve! Olha, até o buraco da rua tem um charme especial! É como um... um portal para outra dimensão!


— Exato! — concordou Chico, segurando a risada. — Um portal que leva a um mundo onde os buracos são feitos de ouro!


Os dois riram enquanto continuavam brincando com a situação.


— E vamos falar também do novo projeto do prefeito para a praça! — sugeriu João, já com a ideia na cabeça. — Ele vai plantar flores em volta do buraco! Assim, quando as pessoas caírem, elas vão sentir o perfume das flores!


— Uma verdadeira aromaterapia! — exclamou Chico, segurando o riso. — E quem sabe, ao invés de reclamar, as pessoas comecem a elogiar o buraco!


A transmissão seguia, e os ouvintes começaram a ligar, rindo da forma como os dois falavam.


— Olá, rádio! — disse uma voz do outro lado da linha. — Vocês estão malucos! E quanto ao buraco, não dá pra elogiar não, viu?


— Ah, mas é um buraco que tem história! — respondeu João, divertindo-se. — É como se fosse um museu da cidade! Cada pedra conta uma história!


Chico, aproveitando o momento, disse:


— E o melhor de tudo: é de graça! Ninguém precisa pagar para ver esse espetáculo!


No final do programa, seu Zé entrou no estúdio, com um olhar desconfiado.


— Meninos, eu ouvi o que vocês disseram! — ele disse, levantando a sobrancelha. — Lembrem-se, a gente precisa ser mais sério!


João e Chico trocaram novas risadas.


— Desculpe, seu Zé! — disse João, tentando se controlar. — Mas você sabe que a verdade é que a gente ama Taperoa, até os buracos e tudo!


— E prometemos que vamos fazer isso com muito amor — completou Chico, piscando para João.


No final do dia, enquanto saíam da rádio, os dois amigos estavam rindo e comentando sobre o trabalho.


— Olha, João! — disse Chico. — Esse emprego pode ser uma loucura, mas é a nossa loucura!


— E quem diria que elogiar buracos poderia ser tão divertido? — respondeu João, gargalhando.


E assim, em Taperoa, João Grilo e Chico continuaram a fazer a alegria da cidade, levando risadas ao ar e mostrando que, mesmo com regras, a criatividade e o bom humor sempre encontrariam um jeito de brilhar.


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